quinta-feira, 21 de abril de 2011

De volta a rotina


Após 3 semanas maravilhosas, com bom tempo, estamos de volta.
O Brasil continua a ser um país de oportunidades, onde o povo em geral tem uma boa disposição de fazer inveja.
Sinto falta de muitas coisas...que só quando chego ao Brasil é que entendo isso tudo.
Como é bom cheirar a terra da gente, sentir que realmente estamos em casa.
O sentido da palavra pertença, ser oriundo daquele lugar, ser genuíno, ser gente da terra!
Foram emoções fortes, que continuarão a ecoar dentro dos meus pensamentos.
Meus amigos e a minha família estão lá, e a cada regresso, um reencontro, uma saudade repartida. As palavras são mesmo insuficientes para explicar a ausência que sinto de todos vocês, mas a vida continua e temos de ser fortes.
Para os amigos, fica aqui uma mensagem de autoria do Fernando Pessoa:

"Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhámos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos fins-de-semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje já não tenho tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo... Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto! - Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida! A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo. E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos. Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"