terça-feira, 21 de setembro de 2010

Homenagem ao Gaúcho 
Desgarrado do Pago



Ontem dia 20 de Setembro, Dia do Gaúcho, é um dia muito importante para todos os Gaúchos.
A Revolução Farroupilha foi o mais longo e um dos mais significativos movimentos de revoltas civis brasileiros contra o Império. O marco inicial ocorreu no amanhecer de 20 de setembro de 1835, quando Gomes Jardim e Onofre Pires, liderando homens armados, entraram em Porto Alegre pela Ponte da Azenha. O movimento, que tinha como pano de fundo os ideais liberais, federalistas e republicanos, durou cerca de dez anos e chegou a proclamar a República Rio-Grandense, tendo como capital a cidade de Piratini.

Fica aqui uma homenagem que recebi por email:

Aos Desgarrados do Pago


À todos os gaúchos que vivem em outros estados e países, que mesmo estando tão longe de sua querência,

...ainda guardam
 no coração a lembrança das tradições,

...e não esquecem dos seus pais, parentes e amigos que saudosos ficaram,


Lembra das rodas de mate da reunião de amigos e parentes prá jogar 
conversa fora.

...do churrasco,
...das músicas, das danças,
...lembra do amor que existe no seio da família, que envolve e ensina o gaúcho desde piá a ser homem corajoso, 
e respeitador das prendas e
dos costumes.

Aos desgarrados do pago,
que tem no peito uma ânsia
de encurtar a distância
da querência onde nasceu.

...estou trazendo notícias,
 numa cantiga de afago,
...e o recado que trago,
 ao filho que se perdeu,
...o Rio Grande não esquece,
de todos os desgarrados,
que mesmo estando afastados,


...não perdem a identidade, e o que mais tem importância do tamanho da distância,

...sempre é menor que a saudade.

Quando tu fostes embora,
prá viver nova experiência,

...saibas que a terra que amas
 também chorou tua ausência.
...e o recado que trago,
 ao filho que se perdeu,
...o Rio Grande não esquece,
de todos os desgarrados,
que mesmo estando afastados,


...não perdem a identidade, e o que mais tem importância do tamanho da distância,

...sempre é menor que a saudade.


Quando tu fostes embora,
prá viver nova experiência,


...saibas que a terra que amas
 também chorou tua ausência.

Se um dia o céu te chamar,
marcando o fim da existência,


...morre gritando Rio Grande e manda 
a alma prá querência.

Vou te dar outras notícias,
prá te deixar mais contente,
o cantar da nossa gente,
está bem mais xucro e mais chão.



Quiseram fazer mudanças
no nosso regionalismo,

...mas o puro gauchismo,
 ainda joga de mão,
...nesta cordeona que escutas,
fazendo amparo pro tema, 
sonorizando um poema
 despretensioso que fiz, é uma homenagem sincera,
 no coração deste cuera,
prá te fazer mais feliz.

Quando fizeres um fogo,
prá um churrasquito na brasa,
sei que vais lembrar de casa,
do fogonear no galpão,

 não te envergonhes
 de nada, se a saudade te abraça, junta o choro da fumaça, ao pranto do coração.


Fale do pampa gaúcho,
com orgulho e reverência.


Não te esqueças da Querência,
que ela nunca te esqueceu.
Não sei porque foste embora, mas quando achares que é hora, volta que o pago ainda 
é teu.




Autor: Leonardo

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Supertramp ao vivo

Ontem fomos ver ao vivo os velhos Supertramp no Pavilhão Rosa Mota (Palácio de Cristal).

O concerto em Portugal faz parte da digressão, que passará por 35 países incluindo Portugal, em prol da comemoração dos 40 anos da edição do primeiro álbum “Supertramp” em 1970.

O concerto durou duas horas e estavam presente: o Rick Davies, vocalista e teclista, John Anthony Helliwell, saxofone e sopros, e Bob Siebenberg, bateria e com outros músicos que já estiveram em digressão com os Supertramp: Jesse Siebenberg, voz, guitarra e percussão; Cliff Hugo, baixo; Carl Verheyen, guitarra, e Lee Thornburg, sopros.


Divinal é o adjetivo mais apropriado.

Quem fez muita falta foi um dos vocalistas Roger Hodgson.
Na platéia muitos quarentões, cinquentões e ainda os mais velhos.

Fica aqui a minha predileta The Logical Song:

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Pedro, meu filho...

Hoje iniciou o ano lectivo e recebi a avaliação do Pedro referente ao ano que passou.
Fiquei encantada com as capacidades do meu querido filho de apenas 5 anos.
Por acaso, achei na net uma Composição de Vinicius de Moraes para o seu filho que também é Pedro.
Assim deixo aqui para os Pedros do mundo, essa linda mensagem:

Pedro, meu filho...
Vinicius de Moraes


"Como eu nunca lutei para deixar-te nada além do amanhã indispensável: um quintal de terra verde onde corra, quem sabe, um córrego pensativo; e nessa terra, um teto simples onde possas ocultar a terrível herança que te deixou teu pai apaixonado - a insensatez de um coração constantemente apaixonado.
E porque te fiz com o meu sêmen homem entre os homens, e te quisera para sempre escravo do dever de zelar por esse alqueire, não porque seja meu, mas porque foi plantado com os frutos da minha mais dolorosa poesia.
Da mesma forma que eu, muitas noite, me debrucei sobre o teu berço e verti sobre teu pequenino corpo adormecido as minhas mais indefesas lágrimas de amor, e pedi a todas as divindades que cravassem na minha carne as farpas feitas para a tua.
E porque vivemos tanto tempo juntos e tanto tempo separados, e o que o convívio criou nunca a ausência pôde destruir.
Assim como eu creio em ti porque nasceste do amor e cresceste no âmago de mim como uma árvore dentro de outra, e te alimentaste de minhas vísceras, e ao te fazeres homem rompeste meu alburno e estiraste os braços para um futuro em que acreditei acima de tudo.
E sendo que reconheço nos teus pés os pés do menino que eu fui um dia, em frente ao mar; e na aspereza de tuas plantas as grandes pedras que grimpei e os altos troncos que subi; em tuas palmas as queimaduras do Infinito que procurei como um louco tocar.
Porque tua barba vem da minha barba, e o teu sexo do meu sexo, e há em ti a semente da morte criada por minha vida.
E minha vida, mais que ser um templo, é uma caverna interminável, em cujo recesso esconde-se um tesouro que me foi legado por meu pai, mas cujo esconderijo eu nunca encontrei, e cuja descoberta ora te peço.
Como as amplas estradas da mocidade se transformaram nestas estreitas veredas da madureza, e o Sol que se põe atrás de mim alonga a minha sombra como uma seta em direção ao tenebroso Norte.
E a Morte me espera em algum lugar oculta, e eu não quero ter medo de ir ao seu inesperado encontro.
Por isso que eu chorei tantas lágrimas para que não precisasse chorar, sem saber que criava um mar de pranto em cujos vórtices te haverias também de perder.
E amordacei minha boca para que não gritasses e ceguei meus olhos para que não visses; e quanto mais amordaçado, mais gritavas; e quanto mais cego, mais vias.
Porque a poesia foi para mim uma mulher cruel em cujos braços me abandonei sem remissão, sem sequer pedir perdão a todas as mulheres que por ela abandonei.
E assim como sei que toda a minha vida foi uma luta para que ninguém tivesse mais que lutar:
Assim é o canto que te quero cantar, Pedro meu filho...
"