sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Feliz 2009


De repente, num instante fugaz, os fogos de artifício anunciam que o ano novo está presente e o ano velho ficou para trás.

De repente, num instante fugaz, as taças de champagne se cruzam e o vinho francês borbulhante anuncia que o ano velho se foi e ano novo chegou.

De repente, os olhos se cruzam, as mãos se entrelaçam e os seres humanos, num abraço caloroso, num só pensamento, exprimem um só desejo e uma só aspiração:
PAZ E AMOR.

De repente, não importa a nação, não importa a língua, não importa a cor, não importa a origem, porque todos são humanos e descendentes de um só Pai, os homens lembram-se apenas de um só verbo: AMAR.

De repente, sem mágoa, sem rancor, sem ódio, os homens cantam uma só canção, um só hino, o hino da liberdade.

De repente, os homens esquecem o passado, lembram-se do futuro venturoso, de como é bom viver. .


Feliz Ano Novo !!!

Feliz 2009 !!!!!!!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Arriscar-se


Rudyard Kipling brilhantemente escreveu:

Rir é arriscar-se a parecer doido,
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental,
Estender a mão é arriscar-se a comprometer-se,
Mostrar os seus sentimentos é arriscar-se a se expor,
Dar a conhecer as suas ideias, os seus sonhos, é arriscar-se a ser rejeitado,
Amar é arriscar-se a não ser retribuído no amor,
Viver é arriscar-se a morrer,
Esperar é arriscar-se a desesperar,
Tentar é arriscar-se a falhar,
Mas devemos nos arriscar !
O maior perigo na vida está em não arriscar.
Aquele que não arrisca nada

- Não faz nada !

- Não tem nada !

- Não é nada !

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O ciclo dos sete anos


OSHO - From Darkness to Light escreveu brilhantemente sobre o ciclo dos sete anos, eu particularmente senti e sinto esses ciclos de maneira muito forte.

"A vida tem círculos de sete anos, ela se move em círculos de sete anos exactamente como a terra faz uma rotação em seu eixo em vinte e quatro horas. Ninguém sabe porque não são nem vinte e cinco nem vinte e três horas. Não há nenhum jeito de se responder isso. É simplesmente um fato. Assim, não me pergunte porque a vida se move em círculos de sete anos. Eu não sei. O máximo que eu sei é que ela se move em círculos de sete anos. E se você compreender esses círculos de sete anos, você compreenderá uma grande coisa sobre o crescimento humano.

Demostramos aqui como se manifesta este ciclo aparentemente simples mas extremamente complexo. O fato é que o desenvolvimento da vida humana é dividido em períodos de sete anos e que estes períodos produzem resultados definidos ou efeitos sobre nosso crescimento, desenvolvimento e domínio.
Cada um dos outros períodos de sete anos contribui para o desenvolvimento espiritual e para o desgaste gradual do corpo físico.
Assim, entra em outros ciclos de formas de vida, que não termina simplesmente com a morte física. A vida não para por aí é um ato contínuo de evolução.

Os primeiros sete anos são os mais importantes porque os alicerces da vida estão sendo assentados. É por isso que todas as religiões estão muito preocupadas em agarrar as crianças o mais rápido possível. Os judeus circuncidam as crianças. Que bobagem! Mas eles estão carimbando a criança como uma judia. Essa é uma maneira primitiva de carimbar. Ainda se faz isso com o gado aqui nas redondezas.
Aqueles primeiros sete anos são os anos em que você é condicionado, é preenchido com todos os tipos de ideias que irão atormentá-lo ao longo de toda a sua vida, que irão distraí-lo de sua potencialidade, que irão corrompê-lo, que nunca irão lhe permitir ver claramente. Elas sempre virão como nuvens diante de seus olhos e irão fazer com que tudo fique confuso. As coisas são claras, muito claras. A existência é absolutamente clara. Mas os seus olhos têm camadas e mais camadas de poeira.
E toda essa poeira foi arranjada nos primeiros sete anos de sua vida, quando você era tão inocente, tão confiante, que qualquer coisa que lhe fosse dita você aceitava como sendo verdadeira. E mais tarde, será muito difícil você descobrir tudo aquilo que entrou em seus alicerces. Terá se tornado quase parte de seu sangue, ossos, de sua própria medula. Você perguntará mil outras questões, mas você nunca perguntará a respeito dos alicerces básicos de suas crenças.
A primeira expressão de amor para com a criança é deixá-la absolutamente inocente em seus primeiros sete anos, sem condicionamento, deixá-la por sete anos completamente selvagem, uma pagã. Ela não deveria ser convertida ao hinduísmo, ao islamismo, ao cristianismo. Qualquer um que esteja tentando converter a criança, não tem compaixão, é cruel, está contaminando a própria alma de um viçoso recém-chegado. Antes mesmo que a criança tenha formulado perguntas, ela já terá recebido respostas com filosofias , dogmas e ideologias pré-fabricadas. Essa é uma situação muito estranha. A criança não perguntou a respeito de Deus e você já está lhe ensinando. Por que tanta impaciência? Espere!
Se algum dia a criança demonstrar interesse por Deus e começar a perguntar a respeito, então tente dizer a ela não apenas a sua ideia sobre Deus, porque ninguém tem qualquer monopólio. Coloque diante dela todas as ideias de Deus que estiveram presentes em diferentes povos, em épocas diferentes, por religiões, culturas e civilizações diferentes. E lhe diga: 'Você pode escolher dentre essas aquela que mais lhe atrai. Ou você pode inventar a sua própria, se nenhuma estiver adequada. Se todas lhe parecerem defeituosas, e você achar que pode ter uma ideia melhor, então invente a sua própria. Ou se você achar que não há jeito de inventar uma ideia sem falhas, então abandone toda essa história, ela não é necessária. Um homem pode viver sem Deus.'
Não há qualquer necessidade de que o filho tenha que concordar com o pai. Na verdade parece muito melhor que ele não tenha que concordar. É assim que a evolução acontece. Se toda criança concordar com o pai, então não haverá qualquer evolução, porque o pai terá concordado com seu próprio pai, e todo mundo estará no ponto em que Deus deixou Adão e Eva: nus e expulsos do jardim do Éden. Todo mundo estará lá. O homem tem evoluído porque os filhos têm discordado de seus pais, dos pais de seus pais e de todas as tradições. Toda essa evolução é uma tremenda divergência com o passado. Quanto mais inteligente você for, mais você irá discordar. Mas os pais valorizam as crianças que concordam e condenam as que discordam.
Até os sete anos, se a criança puder ser deixada inocente, não corrompida pelas ideias dos outros, assim tornar-se-á impossível distraí-la de seu crescimento potencial.Os primeiros sete anos da criança são os mais vulneráveis. E elas estão nas mãos dos pais, dos professores, dos padres....
Como defender as crianças dos pais, dos padres e dos professores é uma questão de tamanha proporção que parece quase impossível de se fazer. Não é uma questão de ajudar a criança. A questão é proteger a criança. Se você tiver uma criança, proteja-a de si mesmo. Proteja a criança dos outros que possam influenciá-la, pelo menos até os sete anos, proteja-a. A criança é como uma pequena plantinha, fraca e suave. Um simples vento forte pode destruí-la, qualquer animal pode comê-la. Você põe um fio protector ao redor dela, mas não a aprisiona, você está simplesmente protegendo-a.Quando a planta estiver maior, o fio será removido.
Proteja a criança de todo tipo de influência de modo que ela possa permanecer ela mesma. E isso é só uma questão de sete anos, porque então o primeiro círculo estará completo. Aos sete anos ele estará bem enraizado, centrado, forte o suficiente. Você não sabe o quanto uma criança de sete anos pode ser forte porque você só tem visto crianças corrompidas. Elas carregam os medos e a covardia de seus pais, mães e familiares. Elas não são elas mesmas.
Se uma criança permanecer sem ser corrompida por sete anos... Você ficará surpreso ao encontrar tal criança. Ela será tão afiada como uma espada. Seus olhos serão claros, seus insights serão claros. E você verá nela uma tremenda força que você não poderá encontrar nem mesmo num adulto de setenta anos.
Se você é um pai (ou mãe), você precisará muito dessa coragem para não interferir. Abra portas para direcções desconhecidas de modo que a criança possa explorá-las. Ela não conhece o que ela tem dentro dela, ninguém sabe. Ela terá que tactear no escuro. Não faça com que ela tenha medo do escuro, não faça com que ela tenha medo do fracasso, não faça com que ela tenha medo do desconhecido. Dê a ela suporte. Quando ela estiver indo para uma jornada desconhecida, ofereça a ela todo o seu suporte, com todo o seu amor, com todas as suas bênçãos.
Não deixe que ela seja afectada pelos seus medos. Você pode ter medos, mas mantenha-os consigo mesmo. Não descarregue esses medos em cima da criança, porque isso será interferência.

Depois dos sete anos, no próximo círculo de sete anos, dos sete aos quatorze, algo novo é acrescentado à vida: os primeiros alvoroços da energia sexual da criança. Mas elas são apenas uma espécie de ensaio.
Ser pai é uma tarefa difícil. Assim, a não ser que você esteja pronto para assumir tal tarefa difícil, não se torne um pai. As pessoas simplesmente seguem se tornando pais e mães sem saber o que estão fazendo. Você está trazendo uma vida à existência e todo o cuidado do mundo será necessário.
Agora, quando a criança começa a brincar com seus ensaios sexuais, é o tempo em que os pais mais interferem, porque foi assim que fizeram com eles. Tudo o que eles sabem é o que foi feito com eles, assim eles seguem fazendo o mesmo com as suas crianças. As sociedades não permitem ensaio sexual, pelo menos não permitiram até o século XX, excepto nas duas e três últimas décadas em alguns países muito avançados. Agora já existem escolas mistas para as crianças, mas em um país como a Índia, mesmo agora, a educação mista começa a surgir apenas no nível universitário.
O menino de sete anos e a menina de sete anos não podem estar no mesmo internato. E este é o momento para eles, sem qualquer risco, sem perigo de gravidez, sem que quaisquer problemas surjam para suas famílias; este é o momento em que lhes deveriam ser permitidas todas as brincadeiras.
Sim, isso terá uma conotação sexual, mas será só um ensaio, não se trata de um drama teatral verdadeiro. E se você não permitir a eles nem mesmo esse ensaio, de repente então, um dia a cortina se abrirá e o verdadeiro drama começará... E eles não saberão o que está acontecendo e não haverá nem mesmo aquela pessoa escondida no palco para lhes soprar o que devem fazer. Você terá bagunçado a vida deles completamente.
Esses sete anos, o segundo círculo da vida, são significantes como um ensaio. Eles se encontrarão, se misturarão, brincarão e se conhecerão. E isso ajudará à humanidade a se livrar de quase noventa por cento das perversões. Se às crianças dos sete aos quatorze for permitido estarem juntas, nadarem juntas, estarem nuas juntas, noventa por cento das perversões e noventa por cento das pornografias irão simplesmente desaparecer. Quem irá dar atenção a essas coisas?
Quando um garoto conheceu tantas garotas nuas, que interesse uma revista tipo Playboy poderá ter para ele? Quando uma garota tiver visto tantos garotos nus, eu não vejo qualquer possibilidade de existir curiosidade a respeito do outro. Isso simplesmente desaparecerá. Eles irão crescer juntos naturalmente, não como duas espécies diferentes de animais. É assim que eles crescem agora, como duas espécies diferentes de animais. Eles não pertencem à mesma espécie humana, eles são mantidos separados. Mil e uma barreiras são criadas entre eles, e não lhes permitem qualquer ensaio de sua vida sexual que está chegando...
Se você tiver feito o dever de casa direitinho, se você tiver brincado com sua energia sexual exactamente com o espírito de um desportista (e naquela idade este é o único espírito que você poderia ter), você não se tornará um pervertido, um homossexual. Todo tipo de coisas estranhas não virão à sua cabeça, porque você está se movendo naturalmente com o outro sexo e o outro sexo está se movendo com você. Não haverá qualquer bloqueio e você não estará fazendo nada errado com quem quer que seja. Sua consciência estará clara porque ninguém pôs nela ideias do que é certo e do que é errado. Você simplesmente está sendo o que você é.

Dos quatorze aos vinte e um o seu sexo amadurece. E isso é significante para se entender: se o ensaio tiver sido bom no período dos sete aos quatorze quando o sexo amadurece, acontece uma coisa muito estranha que você nem mesmo deve ter pensado a respeito, porque não lhe foi dada a oportunidade. Eu disse a você que o segundo círculo de sete anos, dos sete aos quatorze, deu a você um vislumbre de antes da peça teatral. O terceiro círculo de sete anos da a você um vislumbre do que vem depois.Você está ainda com garotas ou garotos, mas agora uma nova fase começa em seu ser: você começa a se apaixonar.
Não é ainda um interesse biológico. Você não está interessado em procriar, você não está interessado em se tornar marido ou esposa. Esses são os anos dos jogos românticos. Você está mais interessado na beleza, no amor, na poesia, na escultura, que são fases diferentes de romantismo.

Dos vinte e um aos vinte e oito é um tempo em que eles podem se acertar. Eles podem escolher um companheiro. E eles são capazes de escolher agora, através de toda a experiência dos dois círculos passados eles podem escolher o companheiro certo. Não há mais ninguém que possa fazer isso por você. Isso é algo como um pressentimento. Nenhuma aritmética, nenhuma astrologia, nenhuma quiromancia, nenhum I-Ching poderão fazer isso.
Isso é um pressentimento: entrando em contacto com muitas, muitas pessoas, de repente alguma coisa dá um clique que nunca deu com qualquer outra pessoa. E isso clica com tanta certeza e tão absolutamente, que você não pode nem mesmo duvidar. Mesmo se você tentar duvidar, você não conseguirá. A certeza é tão tremenda. Com esse clique vocês se acertam.
Entre os vinte e um e os vinte e oito, em algum lugar, se tudo correr bem do jeito que eu estou dizendo, sem interferência de outros, então vocês se acertam. E o período mais agradável da vida vem dos vinte e oito aos trinta e cinco: o mais alegre, o mais pacífico e harmonioso, porque duas pessoas começam a se derreter e a se fundir uma com a outra.

Dos trinta e cinco aos quarenta e dois, um novo passo, uma nova porta se abre. Se até os trinta e cinco você sentiu profunda harmonia, uma sensação orgástica e tiver descoberto a meditação através disso, então, dos trinta e cinco aos quarenta e dois vocês ajudarão um ao outro a ir mais e mais fundo na meditação sem sexo, porque o sexo neste ponto começa a parecer infantil, juvenil. Quarenta e dois anos é o tempo certo quando a pessoa deveria ser capaz de saber exactamente quem ela é.

Dos quarenta e dois aos quarenta e nove ela vai mais fundo e mais fundo na meditação, mais e mais para dentro de si mesmo, e ajuda o companheiro no mesmo caminho. Eles se tornam amigos. Não mais existe marido e não mais existe esposa. Esse tempo já passou. Isso já deu a sua riqueza para a sua vida. Agora existe alguma coisa mais alta, mais alta que o amor. Isso é amizade, um relacionamento de compaixão para ajudar o outro a ir mais fundo dentro de si mesmo, a se tornar mais independente, a se tornar mais só, como duas árvores altas, separadas mas ainda próximas uma da outra, ou dois pilares num templo suportando o mesmo teto, estando tão próximos e tão separados, tão independentes e tão sós.

Dos quarenta e nove aos cinquenta e seis essa solitude se torna o foco de seu ser. Tudo no mundo perde o significado. A única coisa significante que permanece é essa solitude.

Dos cinquenta e seis aos sessenta e três
você se torna totalmente o que você está para ser: o florescimento potencial.

Dos sessenta e três aos setenta você começa a ficar pronto para deixar o corpo. Agora você sabe que não é o corpo, você sabe que também não é a mente. O corpo era conhecido como separado de você em algum lugar quando você tinha trinta e cinco anos. Que a mente está separada de você foi conhecido em algum lugar quando você tinha quarenta e nove anos. Agora, tudo mais foi deixado de lado excepto a auto observação. Só a pura consciência, a chama da consciência permanece com você, e isso é a preparação para a morte.

Setenta é a duração de vida natural para o homem. E se as coisas se moverem em seu curso natural, então ele morre com tremenda alegria, em grande êxtase, sentindo-se imensamente abençoado porque a sua vida não foi sem significado e que, pelo menos, ele encontrou o seu lar. E por causa dessa riqueza, dessa realização, ele é capaz de abençoar toda a existência.
Só por estar perto de tal pessoa, quando ela está morrendo, é uma grande oportunidade. Você sentirá, na medida em que ele deixa o corpo, algumas flores invisíveis caindo sobre você. Embora você não possa vê-las, você poderá senti-las."

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Quem espera, sempre alcança?


Dizem que a esperança é uma virtude. Dizem, é uma forma de expressão! Quem diz, não são eles, somos nós, crentes ou não crentes das virtudes bíblicas. Se tal afirmação teria começado num âmbito eclesiástico, aos poucos foi-se infiltrando na sociedade e passou a fazer parte do léxico usado no quotidiano e, como muitas outras, caiu naquele rol de frases e ditos, gastos e abusados, sem que se lhes reconheça já o mérito ou significado inicial.

Isso, acreditemos ou não no conceito de virtude. Virtude ou não virtude, o importante é que não faz mal a ninguém uma dose de esperança, a iluminar os nossos dias. Antes pelo contrário!

Estou em crer (e digam-me se estou errada) que todos nós já empregámos essa frase, em variadas situações: umas vezes para nós próprios, no intuito de refrear uma impaciência e uma descrença tão humanas; outras vezes para outros, numa tentativa de lhes apaziguar os ânimos e lhes dar o alento que necessitam, para continuar a acreditar e a esperar aquilo que desejam e a que acham ter direito. Mas, nem sempre aquilo que se deseja e se espera será o que, no fundo, nos conduzirá à felicidade e à concretização dos nossos sonhos.

Talvez seja mesmo por isso que nem sempre se alcança o que se espera, por muito empenho e fé que se deposite nessa ideia, o que vai contrariar um dos provérbios do nosso povo: quem espera sempre alcança! É muito possível que ainda tenhamos de ficar gratos e nos rejubilarmos, em alguns casos, por aquilo que não viemos a alcançar, depois de tanto esperar e desesperar porque, não nos esqueçamos de outro bem conhecido ditado: quem espera, desespera!

A meu ver, sempre se alcançará alguma coisa, esperemos ou não. Grande parte das vezes, é mesmo quando menos se espera que somos ofertados com possibilidades, oportunidades, que nos colocarão nos píncaros de uma felicidade e êxtase nunca imaginados.

Tenho passado por todas essas fases: esperança e descrença; espera e desespera; alcança e não alcança. Pois então, estou bem informada para vos dizer que vale a pena esperar e não desesperar; vale a pena ter fé e sonhar; vale a pena não esperar nada e estar receptivo a receber o que vier ter connosco; vale a pena, acima de tudo, acreditar nas inúmeras potencialidades que há em cada um de nós e lutar por aquilo em que acreditamos e, quando alcançarmos o que idealizámos, sabermos discernir se é isso que nos fará feliz!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Maluco Beleza


Essa música é daquelas que ficarão para sempre na memória.
Como seu parceiro musical Paulo Coelho já disse: "Raul Seixas não é passado, é presente! Futuro!".

Maluco Beleza
Raul Seixas

Composição: Raul Seixas / Cláudio Roberto

Enquanto você
Se esforça pra ser
Um sujeito normal
E fazer tudo igual...

Eu do meu lado
Aprendendo a ser louco
Maluco total
Na loucura real...

Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez...

Vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza...

E esse caminho
Que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir
Por não ter onde ir...

Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez
Eeeeeeeeuu!...
Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez

Vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com toda certeza
Maluco, maluco beleza...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Fernando Pessoa


"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vitima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvi um não.
É ter segurança para receber uma crítica mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia eu vou construir um castelo..."

(Fernando Pessoa)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Grande Bob Marley


"Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo.
Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele.
Sou inconstante e talvez imprevisível.
Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso, e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras.
Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo.
São poucas as pessoas pra quem eu me explico..."

(Bob Marley)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Caminho Da Vida



No percurso da vida julgamos ser donos de muitas verdades
e certezas
Quando tropeçamos largamos uma maldição à pedra
Não perguntamos porque está ela ali
Ou porque não a vimos
Caminhamos com a cabeça demasiado erguida no orgulho
Ou demasiado baixa na vergonha
Esquecemos de olhar o caminho
Vamos com demasiada pressa
Ou vamos perdidos
Não sabemos apreciar a vida
Passamos paragens
Perdemos momentos
Sempre com pressa de chegar a nenhures
E no fim a única certeza que nos espera
É a morte
Seja o nosso rumo para sul ou para norte

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Nasceu o Martim


Hoje fiquei mais uma vez tia.
Na madrugada, pelas 4 da manhã, veio ao mundo no Algarve, o meu sobrinho, filho do irmão (Rui) do meu marido e da Wanda.
Nasceu com 2.950Kg, é um rapaz forte e bem parecido (bonito) como dizem por aqui.
Parabéns família, chegou um novo membro.
Seja muito bem vindo Martim!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Frase do dia - Grande Nietzsche!

"Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas… Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia….” Friedrich Nietzsche

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Hoje falta um mês

Pois é, daqui a um mês vou comemorar mais um aniversário, desta vez faço 43 anos, já é muito tempo de vida, muita história para contar, várias vidas dentro de uma só ...
O bom desta idade é que traz mais qualquer coisa para além de flacidez, rugas, estrias e celulite. Traz renovação, dicernimento, equilibrio, segurança, de como é possível sermos donos das nossas escolhas, das nossas vivências, estou feliz com quase 43 e isso é o que realmente importa.

Lembrei hoje de um texto que foi e é muito importante na minha vida, foi sempre um apóio, uma orientação, uma linha mestra de conducta (meu pai nos apresentou - para meu irmão e eu, ainda quando erámos muito criança, que o avô Rui também tinha mostrado a ele) do autor e poeta inglês, nascido em Bombaim, Índia britânica: Joseph Rudyard Kipling.


SE


Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.

Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.

De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.

Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!

Rudyard Kipling

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Telão das arábias



Árabes constroem «maior ecrã do mundo»
Uma companhia dos Emiratos Árabes Unidos, a Tameer Holding, anunciou um projecto para construção do «maior ecrã do mundo», que ocupará a fachada de um edifício comercial

Transformada em maior vitrina do luxo no mundo, Dubai só poderia mesmo ser a moldura do que promete ser o maior painel LED do planeta.

A Tameer Holding está construindo a colossal tela na fachada de uma torre comercial de 33 andares, o The Podium.

Com uma visibilidade de até 1500 metros de distância, o painel não vai impedir a entrada da luz natural nos andares.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Para começar bem o dia

Essa música tem uma batida interessante. Adorei as imagens.
Vejam e ouçam Jason Mraz - I’m Yours…



I’m Yours…

Well you done done me and you bet i felt it
I tried to be chill but you were so hot that i melted
I fell right through the cracks and i'm trying to get back
Before the cool done run out I'll be giving it my bestest
Nothin's gonna stop me but divine intervention
I reckon its again my turn to win some or learn some

I won't hesitate no more, no more
it cannot wait, i'm yours

Well open up your mind and see like me
Open up your plans and damn you're free
Look into your heart and you'll find love love love
Listen to the music of the moment maybe sing with me
I like peaceful melody
Its your godforsaken right to be loved love loved love love

So i won't hesitate no more, no more
It cannot wait i'm sure
There's no need to complicate
Our time is short
This is our fate, i'm yours

I've been spending way too long checking my tongue in the mirror
And bendin' over backwards just to try to see it clearer
My breath fogged up the glass
So i drew a new face and laughed
I guess what i'm sayin is there ain't no better reason
To rid yourself of vanity and just go with the seasons
Its what we aim to do
Our name is our virtue

I won't hesitate no more, no more
it cannot wait i'm sure
There's no need to complicate
Our time is short
It cannot wait, i'm yours
I won't hesitate no more, no more
it cannot wait i'm sure
Theres no need to complicate
Our time is short
It cannot wait, i'm yours

Well open up your mind and see like me
Open up your plans and damn you're free
Look into your heart and you'll find love love love
Listen to the music of the moment come 'n dance with me
I love one big family
Its your godforsaken right to be loved love loved
Well open up your mind and see like me
Open up your plans and damn you're free
Look into your heart and you'll find love love love
Listen to the music of the moment come 'n dance with me
I like happy melody
Its our godforsaken right to be loved love loved love

Em português:
em, você fez bonito comigo e tem certeza que eu senti
Eu tentei ficar frio mas você é tão quente que me derreti
Eu caí por entre o rachado
E estou tentando voltar
Antes que o frio passe
Eu estarei dando o melhor que posso
Nada me deterá a não ser intervenção divina
Reconheço que é minha vez novamente de ganhar algumas e aprender algumas

Eu não hesitarei mais
Sem mais, não posso esperar, eu sou seu

Bem, abra sua mente e veja como eu
Abra seus plan, e caramba, seja livre
Olhe em seu coração e verá amor amor amor
Ouça a música do momento e talvez cante comigo
Ah a pacífica melodia
É seu direito divino de ser amada, amor, amada, amor

Então eu não hesitarei mais
Sem mais, não posso esperar, tenho certeza
Não há necessidade de complicar
Nosso tempo é curto
Este é nosso destino, eu sou seu

Eu passei muito tempo olhando minha língua no espelho
E fazendo de tudo para poder entender melhor
Meu hálito embaçou todo o vidro
Então eu desenhei um rosto feliz e ri
Acho que o que estou dizendo é que não ha razão melhor
Se livrar da vaidade e apenas ir com o ritmo
è o que esperamos fazer
Nosso nome é nossa virtude

Então eu não hesitarei mais
Sem mais, não posso esperar, tenho certeza
Não há necessidade de complicar
Nosso tempo é curto
Este é nosso destino, eu sou seu

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Caçador de mim

Quando ouço essa música lembro muito da minha adolescência, lembro de Santa Maria, dos tempos do segundo grau, a música e letra são de Sérgio Magrão e Luis Carlos Sá.
Essa música foi lançada no LP de Milton Nascimento "Caçador de mim" em 1980.
A letra diz assim:

Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim

Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir as armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
o que me faz sentir
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir as armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
o que me faz sentir
Eu, caçador de mim

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Nada substitui a experiência



Estou lendo um livro da Mônica Castro, cujo título é Sentindo na Própria Pele e na quarta capa está escrito o seguinte:

Nada substitui a experiência. Entretanto, quando você apressa em julgar as atitudes alheias segundo seus próprios padrões, acredita estar de posse da verdade.

Quanta ilusão!
Como saber o que vai no íntimo dos outros?
Como avaliar emoções que você nunca sentiu? Como saber o que vai além das aparências?
Como descobrir os limites da sua resistência e certas tentações, se você nunca foi tentado?

A vaidade faz crer que você sabe a melhor solução para os problemas dos outros.
A sabedoria da vida tenta mostrar-lhe o relativismo do seu julgamento, trabalhando sua inteligência de várias formas, mas se você resiste, apegado aos próprios conceitos, ela coloca em sua vida uma situação igual à que você criticou, para que, SENTINDO NA PRÓPRIA PELE, você possa compreender esse relativismo e aprenda a respeitar a privacidade dos outros.

Zibia Gasparetto.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Uma linda música....

Para comemorar os 32 anos do meu colega, amigo e parceiro.
P A R A B É N S, Pedro!

Como Uma Onda
Lulu Santos


Composição: Lulu Santos / Nelson Motta

Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará

A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo

Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar

Nada do que foi será
De novo do jeito
Que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará

A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo

Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre

Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Imensidão Azul



A vida é curta e encurta ainda mais a cada palavra que escrevo.
Vale a pena curtir o hoje, o amanhã é incerto.
Por isso os momentos felizes que preciso viver, devem ser vividos ainda hoje.
Amo a vida, o meu filho, a história que construi, a minha família e os meus eternos amigos, embora muitos deles, estejam tão distantes.
Um ótimo final de semana.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Semana Farroupilha



Começa em todo o Rio Grande do Sul uma das mais tradicionais celebrações da preservação da cultura brasileira, a Semana Farroupilha. No dia 20 de Setembro, data na qual é comemorado o início da chamada Guerra dos Farrapos, pessoas, homens e mulheres, vestidos a carácter, “pilchados” em suas melhores vestimentas, desfilam em seus garbosos cavalos pelas ruas da cidade.

A ocasião é realmente uma atracção única, que impressiona pela originalidade e grandiosidade. Além do desfile, durante esta semana, nos chamados Centros de Tradições Gaúchas(CTG) e nos Piquetes (versões menores dessas entidades tradicionalistas), as pessoas que vêm do interior do município montam dezenas de acampamentos. É uma verdadeira viagem no tempo, com fogo de chão, churrasco, chimarrão e uma maneira de vida que teima em permanecer viva.

Saga Farrapa marcou o Rio Grande
As comemorações da Revolução Farroupilha - o mais longo e um dos mais significativos movimentos de revoltas civis brasileiros, envolvendo em suas lutas os mais diversos segmentos sociais - relembra a Guerra dos Farrapos contra o Império, de 1835 a 1845. O Marco Inicial ocorreu no amanhecer de 20 de Setembro de 1835. Naquele dia, liderando homens armados, Gomes Jardim e Onofre Pires entraram em Porto Alegre pela Ponte da Azenha.

A data e o fato ficaram registrados na história dos sul-ro-grandenses como o início da Revolução Farroupilha. Nesse movimento revolucionário, que teve duração de cerca de dez anos e mostrava como pano de fundo os ideais liberais, federalistas e republicanos, foi proclamada a República Rio-Grandense, instalando-se na cidade de Piratini a sua capital.

Acontecendo-se a Revolução Farroupilha, desde o século XVII o Rio Grande do Sul já sediava as disputas entre portugueses e espanhóis. Para as lideranças locais, o término dessas disputas mereciam, do governo central, o incentivo ao crescimento económico do Sul, como ressarcimemto às gerações de famílias que lutaram e defenderam o país. Além de isso não ocorrer, o governo central passou a cobrar pesadas taxas sobre os produtos do RS. Charque, couros e erva-mate, por exemplo,passaram a ter cobrança de altos impostos. O charque gaúcho passou a ter elevadas, enquanto o governo dava incentivos para a importação do Uruguai e Argentina.

Já o sal, insumo básico para a preparação do charque, passou a ter taxa de importação considerada abusiva, agravando o quadro. Esses factores, somados, geram a revolta da elite sul-riograndense, culminando em 20 de Setembro de 1835, com Porto Alegre sendo invadida pelos rebeldes enquanto o presidente da província, Fernando Braga, fugia do Rio Grande.

Em 1872, o poeta José Hernández publicou El Gaucho Martín Fierro, que se transformou num estrondoso sucesso na Argentina e o levou a escrever La Vuelta del Martín Fierro, em 1879.
A seguir alguns poemas desse épico gauchesco:

"Soy gaucho, y entiendaló
Como mi lengua lo esplica:
Para mí la tierra es chica
Y pudiera ser mayor;
Ni la víbora me pica
Ni quema mi frente el sol

Mi gloria es vivir tan libre
Como el pájaro del cielo:
No hago nido en este suelo
Ande hay tanto que sufrir,
Y naides me ha de seguir
Cuando yo remuento el vuelo.

Muchas cosas pierde el hombre
que a veces las vuelve a hallar;
pero les debo enseñar,
y es gúeno que lo recuerden:
si la verguenza se pierde,
jamás se vuelve a encontrar."

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Para começar o final de semana

Fica aqui uma pérola da música portuguesa.



Jorge Palma - Encosta-te a Mim

Encosta-te a mim,
nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim,
talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim,
dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou,
deixa-me chegar.
Chegado da guerra,
fiz tudo p´ra sobreviver em nome da terra,
no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem,
não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói,
não quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim,
desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo o que não vivi,
um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim

Jorge Palma

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Um ano de blog


Hoje comemoro um ano que comecei este blog Minhas Vidas.
Neste ano consegui escrever menos do que gostaria.
Mas o pouco que escrevi serviu para exorcizar meus demónios.
É muito bom poder falar sem censura, pensando que poucas pessoas terão acesso os meus posts.
O balanço deste primeiro ano é positivo.
Acredito que este canal é de todo uma aventura literária, que permita a expressão de todas os meus sentimentos.
Agradeço a paciência dos leitores, que por muitas vezes voltam a procura de novos posts e percebem que não sou de toda assídua, que não tenho regras e nem disciplina e ainda assim voltam aqui.
A estes poucos e bons leitores dedico estas linhas e digo OBRIGADO.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Sobre a (in) felicidade




Alguns (muitos) compositores falam que a inspiração deriva da infelicidade.
Que só as situações difíceis é que motivam os autores, por isso tantas músicas de amores rompidos, traíções, etc.
Eu pessoalmente concordo, analisando os posts do meu blog, na maioria das vezes são as tristezas da vida que me fazem escrever, que me motivam a falar sobre os acontecimentos.
Concluído isso fui a net buscar algum texto que, de alguma maneira, dissesse isso de um jeito mais científico, e achei essa matéria no site da Revista Época, uma entrevista super interesssante com o respeitado filósofo francês André Comte-Sponville.
No Brasil seus livros mais conhecidos são: Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, Tratado do Desespero e da Beatitude e Felicidade, Desesperadamente.


A consolação da filosofia

ÉPOCA - O senhor afirma que todos os homens sem exceção procuram ser felizes e cita Pascal, em seus Pensamentos (1670): "A busca da felicidade é o motivo de todas as ações de todos os homens, inclusive dos que vão se enforcar". Para a maior parte da humanidade, essa busca não seria vã?
André Comte-Sponville - Tudo depende do que se entende por felicidade. Se você busca uma alegria contínua e soberana, ou mesmo a ausência total de sofrimento e angústia, certamente nunca será feliz. "Toda vida é sofrimento", dizia Buda. E tinha razão. A felicidade, se a entendemos como uma alegria completa, é apenas um sonho, que nos separa do contentamento verdadeiro. Em busca da felicidade absoluta, nós nos proibimos de viver as felicidades relativas e nos tornamos infelizes. Se, ao contrário, você entender como felicidade o fato de não ser infeliz ou simplesmente de poder desfrutar algumas alegrias, a felicidade não é impossível. E você será feliz somente por não ser triste. À exceção, claro, nos momentos mais difíceis da vida.

ÉPOCA - Qual é sua definição de felicidade na vida cotidiana?
Comte-Sponville - Todo lapso de tempo durante o qual a satisfação parece imediatamente possível. Não há como se sentir alegre permanentemente. Isso é impossível. Mas há como sentir que podemos ser felizes por nós mesmos, sem que nada de essencial mude no mundo. A infelicidade se instala quando nossas alegrias dependem totalmente de circunstâncias externas.

ÉPOCA - O senhor é feliz?
Comte-Sponville - Sim. Não tenho grande mérito nisso. Vivo com uma mulher que amo e que me ama, tenho três filhos com saúde, trabalho no que me dá prazer, meus livros são bem-sucedidos. Em resumo, tenho muita sorte. É preciso sempre ter um pouco de sorte para ser feliz. Mas também é preciso amar a vida, mesmo quando ela é difícil e angustiante. Consigo ser um pouco assim, cada vez mais graças à filosofia.

ÉPOCA - O senhor associa a felicidade à sabedoria. Os ingênuos e os ignorantes seriam então condenados a ser infelizes? Há quem diga que saber demais pode nos levar à angústia ou a um sentimento de impotência.
Comte-Sponville - Existem imbecis felizes e gênios infelizes. Mas a sabedoria é algo distinto da genialidade. Tampouco tem a ver com desatino ou tolice. A sabedoria é, sim, um certo tipo de felicidade. Mas nada tem a ver com a felicidade ilusória, conseguida por drogas ou pela ignorância. A sabedoria é a felicidade dentro da verdade. É o máximo de felicidade associado ao máximo de lucidez. Essa é a meta da filosofia. Nesse caminho, há muitas ilusões a perder e algumas verdades desagradáveis a confrontar. É por isso que a filosofia passa inevitavelmente pela angústia, pela dúvida, pela desilusão. Continua sendo apenas um caminho. Porque o destino é uma felicidade autêntica. É isso que chamamos de sabedoria.

ÉPOCA - E a infelicidade, como ela se revela na vida real?
Comte-Sponville - Quando toda alegria parece impossível, quando acordamos pela manhã sem outra perspectiva a não ser a angústia, a tristeza ou o sofrimento...Eu vivi isso. Perdi duas das pessoas que mais amava no mundo: minha única filha na época e, em seguida, minha mãe. No início, só há o horror e as lágrimas. Com o tempo, a paz retorna, em seguida a alegria. E por isso digo, por oposição, que a felicidade também existe. Como é bom deixar de se sentir infeliz!

ÉPOCA - Como a filosofia pode ajudar alguém a viver feliz?
Comte-Sponville - Filosofar é pensar sua vida e viver seu pensamento. Em que medida isso pode nos aproximar da felicidade? Ficando mais perto da verdade, nós nos libertamos de várias ilusões e esperanças tolas. Isso nos ajuda a amar a vida mais do que amar a felicidade, a verdade mais do que a fantasia, o amor mais do que a fé ou a esperança. Os maiores mestres são, a meu ver, Epicuro (de Samos, filósofo grego dos séculos IV e III a.C.), (Michel) Montaigne (filósofo francês do século XVI) e (Baruch) Spinoza (filósofo holandês do século XVII). Quanto a mim, já me expliquei longamente em meu Tratado do Desespero e da Beatitude e, de maneira mais resumida, em Felicidade, Desesperadamente.

ÉPOCA - A religião pode dar ilusão de felicidade? A fé seria um antídoto à tristeza?
Comte-Sponville - Isso depende de quem tem fé. Se você acredita que a felicidade eterna o aguarda após a morte, isso pode ajudar a suportar em vida a infelicidade...Como sou ateu, vejo nisso mais uma armadilha que uma tentação. Não vou esperar morrer para ser feliz. O fato de, para mim, nada existir após a morte é um motivo a mais para viver da melhor maneira possível. É o que chamo de desespero alegre. Existe uma vida antes da morte, e é a única que importa.

ÉPOCA - A "felicidade que nasce da verdade" foi recomendada por Santo Agostinho (filósofo e teólogo que viveu nos séculos IV e V) como o caminho para a beatitude. Para um ateu como o senhor, o conceito de beatitude tem outro significado?
Comte-Sponville - Não. A definição me convém perfeitamente. Mas não é um caminho para a beatitude. É a própria beatitude. Ela é a felicidade dentro da verdade e, portanto, também dentro da eternidade. Toda verdade é eterna. Mas não é uma eternidade após a morte. É a eternidade presente ou o presente eterno. Spinoza, nesse aspecto, é mais esclarecedor que Santo Agostinho.

ÉPOCA - O senhor se tornou ateu aos 18 anos, após uma confessada desilusão com Deus. Disse, na época: "Uma das raras certezas que eu tenho é que Deus jamais me disse algo". Poderia nos contar como se passou sua conversão ao ateísmo?
Comte-Sponville - Foi em 1970. Por que perdi a fé? Sem dúvida por duas razões principais: a política e a filosofia. A paixão política, naquela época, era tudo. Comparando com a política, a religião me despertava bem menos interesse. Deus deixou de me atrair. Em seguida, parei de crer. Simultaneamente, descobri a filosofia, nos meus estudos, e os argumentos em favor do ateísmo me pareciam definitivamente mais fortes que os argumentos pró-religião. Continuo a refletir sobre o tema. Eu me explico melhor em meu livro mais recente, que acaba de ser editado na França: O Espírito do Ateísmo (Introdução a uma Espiritualidade sem Deus).

ÉPOCA - Os céticos não seriam mais suscetíveis à depressão ou ao tédio?
Comte-Sponville - Freud é sem dúvida quem melhor respondeu a essa questão. A depressão ou a melancolia, escreveu ele, "é a perda da capacidade de amar". Não é a fé que falta aos deprimidos, é o amor.

ÉPOCA - O senhor diz que, para o filósofo, uma tristeza autêntica vale mais que uma felicidade mentirosa. Não seria perigoso consagrar o coração à melancolia?
Comte-Sponville - O filósofo prefere a alegria à tristeza, como todo mundo. Mas ele coloca a verdade num patamar mais alto que todo o resto. Isso não quer dizer que seu objetivo seja a infelicidade. É preciso sempre ter coragem para enfrentar a melancolia ou a tristeza quando surgem. É o único caminho.

ÉPOCA - Seus livros nos incitam à ação, a uma busca engajada. A felicidade seria revolucionária?
Comte-Sponville - Não podemos confundir sabedoria e política. Existem sábios de esquerda e de direita. O que eles têm em comum é desejar o que depende deles próprios, em vez de desejar o que depende dos outros. A sabedoria está muito mais do lado da vontade que da esperança, mais próxima da ação que da fé. O sábio é um homem de ação. É o oposto de um sonhador ou de um utópico, o inverso de um espírito submisso ou passivo. s

ÉPOCA - Hoje, é mais difícil encontrar a felicidade que no tempo dos gregos antigos?
Comte-Sponville - Não. Hoje é mais fácil. Pelo menos nos países desenvolvidos, para quem não sofre com miséria, violência e doença. É difícil ser feliz quando se tem fome ou se é escravo ou oprimido. Era o que acontecia nos tempos de Epicuro com a maior parte das pessoas. Devemos parar de idealizar o passado e de execrar o presente. A humanidade, nos últimos 24 séculos, fez progressos consideráveis. Cabe a nós contribuir para que continue assim. Dito isso, não acho positivo que o ser humano se torne um escravo da sociedade de consumo, associando seu grau de felicidade ao valor de seus bens e propriedades.

ÉPOCA - Por que o senhor usa "o desespero" e "a falta de esperança" como sinônimos? Não haveria mais alegria na esperança que no desespero?
Comte-Sponville - Tomo a palavra "desespero" em seu sentido literal: a perda da esperança, que é dolorosa, ou a ausência da esperança, que pode se tornar o núcleo propulsor da felicidade. Nesse sentido, o desespero não é infelicidade, muito ao contrário. Enquanto se espera a felicidade, não se é feliz. Quando somos felizes, não há mais nada a esperar. O que chamei de "desespero feliz" se aproxima do que (o filósofo alemão Friedrich) Nietzsche [1844-1900] considerava "um saber feliz": é alegrar-se com o que é, e não esperar o que não é. Conhecer, mais que crer. Amar e agir, mais que esperar e temer. É a sabedoria dos estóicos e de Spinoza, mas também de Buda, no Oriente.

ÉPOCA - Viver o presente ou viver melhor o presente seria, segundo o senhor, a atitude mais positiva em direção à felicidade. Qual a relação entre o budismo e sua filosofia de vida?
Comte-Sponville - Não sou budista e não acredito na reencarnação. Mas Buda me parece um dos grandes mestres espirituais da humanidade: o mestre da desilusão e da liberdade.

ÉPOCA - Devemos deixar de lado o desejo para viver melhor o presente?
Comte-Sponville - Não, de jeito nenhum! Recusar o desejo é morrer. Deve-se, isso sim, desejar o presente com todas as forças. Quando você faz amor, o que deseja: o orgasmo que está por vir, ou o ato de fazer amor, aqui e agora? Se é orgasmo o que você deseja, a masturbação é o meio mais rápido. Mas, quando se faz amor, o bom é fazer, aqui e agora, e não desejar nada além do tempo presente que nos absorve por completo.

ÉPOCA - A esperança nos impede de ser felizes? Por quê?
Comte-Sponville - Porque só esperamos o que não temos. E porque não existe esperança sem crença, como dizia Spinoza. Ser feliz é desejar o que temos, ou o que é. Esperar é ter medo. Ser feliz é ser sereno.

ÉPOCA - Qual é o papel do amor na busca da felicidade?
Comte-Sponville - Crucial. O conteúdo da felicidade é a alegria. Não há alegria maior que amar. Amar é contentar-se com o que existe. A única felicidade está dentro da verdade.

ÉPOCA - A consciência da morte como fim de tudo, sem uma viagem futura ao paraíso ou ao inferno, não torna os homens mais ansiosos em ser felizes?
Comte-Sponville - Mais ansiosos não, porém mais impacientes. E isso é bom. A vida é curta. Não há tempo a perder!

ÉPOCA - O senhor diz que a felicidade não é um ânimo absoluto, mas um movimento, um equilíbrio instável e frágil que se deve cultivar incessantemente. Como podemos preservar a felicidade?
Comte-Sponville - Renunciando a sua perenidade, aceitando sua fragilidade. Admitindo que a felicidade é fugaz. Adaptando seus desejos às adversidades da existência, amando a vida e o amor.

ÉPOCA - "Quando se aprende a viver já é tarde demais", uma citação do poeta Louis Aragon (1897-1982) em seu livro. Só se é feliz na maturidade? Comte-Sponville
- Não há idade para a felicidade nem para a tristeza.

ÉPOCA - O escritor André Gide (Nobel de Literatura em 1947) dizia querer morrer "completamente desesperado". Como o senhor gostaria de morrer?
Comte-Sponville - Bem velho, rapidamente, de repente, como se não houvesse nenhuma causa aparente.

ÉPOCA - O senhor tem algo a dizer a quem quer desesperadamente ser feliz em 2007?
Comte-Sponville - Preocupe-se menos com a própria felicidade e um pouco mais com a dos outros. Espere um pouco menos. Ame e aja um pouco mais.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Dedicatória

Dedico essa música a minha mãe, ao meu filho e ao meu maravilhoso marido.
Amo muito todos vocês. Sinto que me tornei uma pessoa melhor através da nossa convivência.
Fiquem com Deus.
Com todo o meu amor.

Poema
Ney Matogrosso
Composição: Cazuza / Frejat


Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás

Para nunca esquecer...

Tem coisas na vida que nunca esquecerei.
Lembro da primeira vez que ouvi este disco.
Devia ter uns 12 anos, estava em Rosário do Sul, morava com meus pais, quase na fronteira com Uruguay.
Vida longa para Rita Lee, que continua sendo um ídolo para mim.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Encontros e Despedidas

Depois de muito tempo sem escrever, hoje senti que era necessário.
Dia 15 o Pedro fez anos.
Fizemos uma festança para comemorar, tinham 50 pessoas, 40 adultos e 10 crianças.
Foi no salão de festas em frente a piscina, começou as 17hs e terminou as 24hs.
O Pedro adorou, como não estava em casa, aquele terrritório era neutro, desta forma não se sentiu invadido.
Quando recebeu as prendas, ainda não eram dele, sem posse, foi mais facil repartir.
A mãe veio, ficou aqui mais de 20 dias, foi hoje embora.
É esse o motivo que me faz escrever.
Estou triste porque despedidas nunca foram o meu forte.
Lembrei de uma música que fala sobre isso:

Encontros e Despedidas - Milton Nascimento

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar quando quero

Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai querer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar

E assim chegar e partir
São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Jaguariense



Quem nasce em Jaguari é Jaguariense.
Jaguari é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul.
Sua população estimada em 2007 era de 11.626 habitantes.
O município é banhado pelo rio Jaguari, afluente do rio ibicuí, e também é conhecido como "cidade das belezas naturais".
A economia jaguariense é baseada no sector primário, com destaques para a produção de Fumo, Soja, Arroz, Uva e Cana. O município também produz vinho e cachaça de excelente qualidade.
Foi lá que nasci, assim começa a minha primeira vida.
Morei nesta "metróppole" até os 5 anos.
Depois disso voltei lá poucas vezes.
A última vez foi com o Jorge, logo que começamos a namorar, queria que ele visse como consegui ir longe.

NÚMEROS GERAIS JAGUARI
Fundação: 1920
Altitude: 112 m
População: 11.626 habitantes
Área Total: 685,3 km²
Dens. Demográfica: 18,37 hab/km²
CEP: 97760-000

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Várias vidas, em uma só...


Ah, se fosse possível nascer de novo lembrando do passado. E, se mais ainda, pudéssemos escolher novas características e nossa personalidade. Bom, eu nasceria, com a mesma cor de cabelos que seriam lisos, muito lisos; colocaria em minha genética, algum gene, que quando adulta, me permitisse comer muito e todo tipo de alimento sem engordar; acrescentaria olhos azuis, com pelo menos mais 10 cm de altura, nasceria outra vez com muitos cabelos, com a pele clara, seria novamente um bebê gordinho, daqueles que todos querem ter um. Choraria mais, e não tomaria por nada, leite com água de arroz, não sei de onde tiraram que faz bem aos bebês, nunca vi mãe que amamenta, andar mastigando arroz o dia todo. Comeria muitos picolés, mesmo com dor na garganta e quando chovesse, pisaria descalça em todas as poças d’água, mesmo com dor na garganta, e tomaria banhos de sanga, também quando estivesse com dor na garganta, seria melhor se eu nunca sentisse dor na garganta. Comeria menos cicletes e balas, mais frutas e provaria muitas comidas exóticas. Viraria mais cambalhotas na grama, subiria em mais árvores, me deixaria cair delas e brincaria com os guris de carrinho de rolimã. Aprenderia a perdoar mais cedo, teria muito mais cuidado com o que fosse falar, magoaria menos pessoas. Estudaria em outra faculdade, conservaria o Curso e as notas altas. Não me apaixonaria antes dos 30 anos, seria menos sentimental. Amaria, de novo, os animais e seria sempre uma defensora. Faria menos experimentos no meu cabelo, jamais deixaria minha mãe cortar nenhuma pontinha, continuaria colocando rodelas de pepinos sobre as pálpebras. Seria calma, confiante e segura desde a infância. Mas se pudéssemos, escolher tudo e lembrar dos erros e acertos, onde estaria o prazer de sonhar e desejar, as conquistas, não teriam o seu sabor, e chegaríamos ao fim de outra vida sem ânimo para recomeçar, pois já saberíamos o que fazer em cada momento. O interessante é que podemos viver várias vidas em uma só, pois a todo instante mudamos nosso futuro. Numa mesma vida, erramos, acertamos, podemos perdoar, ofender, magoar, ajudar, temos a oportunidade de analisarmos nossas próprias atitudes e evoluir. Não podemos nascer de novo acertando erros, mas podemos recomeçar de onde paramos a cada dia. Sem falar nas cores que podemos pintar o cabelo, em lipos, plásticas, dietas, aparelhos dentários, dá pra mudar quase tudo.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Sugestão de Cardápio para 12 Junho

Abaixo indico um jantar afrodisíaco, ideal para um jantar romântico.
Bom apetite!

Entrada: Ostras salteadas
Ingredientes:
1 ovo batido;
2 colheres de sopa de margarina;
12 ostras;
1 dente de alho picado;
Pimenta preta q.b.;
1 colher de sopa de óleo;
1 cebola picada;
2 dl de vinho branco;
Tostas cortadas em triângulos q.b.;
1 colher de sopa de salsa picada.

Confecção:
Num tachinho, refogar a cebola picada e o alho em óleo misturado 1 colher e meia de margarina. Adicionar o vinho e, deixar ferver até reduzir para metade. Acrescentar a meia colher de margarina e a pimenta preta moída. Introduzir as ostras previamente passadas no ovo batido. Juntar a salsa picada e deixar cozinhar um pouco.
Colocar sobre tostas e servir imediatamente.

Prato Principal: Gambas à chinesa
Ingredientes:
2 colheres de (sopa) de molho de soja;
1 colher de (café) de Aji-no-Moto*;
6 colheres de (sopa) de óleo;
500 g de gambas;
1 dente de alho picado;
1 cebola;
1 chávena de (chá) de ervilhas cozidas;
1/2 chávena de (chá) de caldo de galinha;
1 colher de (chá) de farinha de milho;
1/2 colher de (chá) de maizena;
Sal, pimenta ou picante q.b.

Confecção:
Descasque as gambas em cru, dê-lhes um golpe no lombo e retire a tripa. Lave e tempere com pouco sal. Descasque a cebola e corte-a em pedacinhos. Num tacho, leve o óleo a aquecer, junte o alho muito picadinho e a cebola, mexa durante +- 2 minutos em lume forte, junte as gambas e a farinha de milho e mexa mais 2 minutos; depois deite o molho de soja, a maizena dissolvida no caldo de galinha, o Aji-no-Moto, o picante, e as ervilhas. Deixe ferver um pouco até estar apurado. Sirva quente acompanhado com arroz frito.
Arroz Frito:
Coza o arroz sem o deixar cozer demais, escorra-o e lave com jactos de água para perder a goma e deixe escorrer até estar completamente enxuto. Num tacho, leve o óleo ao lume a aquecer muito bem, junte o arroz e mexa sobre lume forte até o arroz estar bem quente, quase tostado.

*Glutamato Monossódico ou Aji-no-moto: Produzido a partir da fermentação da cana-de-açúcar é um tempero utilizado apenas para realçar o sabor dos alimentos. Não salga, nem empresta gosto algum, apenas realça o sabor.
Pode ser utilizado em qualquer prato salgado, em alimento cru, durante o cozimento ou em preparações prontas

Sobremesa:Amores de Chocolate com Amêndoa
Ingredientes:
170 grs. de Chocolate para Culinária
1 lata de leite condensado
150 grs. de amêndoa torrada
150 grs. de sultanas
1 pitada de sal
Manteiga para untar
Papel de alumínio para forrar

Confecção:
Forre um tabuleiro com papel de alumínio e unte-o com manteiga. Parta o chocolate em pedaços, deite-os num recipiente e leve-os a derreter em banho-maria. Deite o leite condensado e o sal num tacho e junte-lhes o chocolate derretido; leve ao lume, mexendo sempre, durante 10 minutos. Retire do lume, junte as amêndoas e as sultanas e misture bem. Com uma colher de sopa retire pequenas porções do preparado, coloque-as em cima do papel untado e deixe arrefecer até que fiquem bem frias. Coloque-as numa taça de vidro transparente e sirva ou faça pequenos embrulhos com papel celofane.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Gastroenterite


O Pedrinho nesta sexta feira passada chegou em casa no colo do pai, estava completamente vomitado, as calças, a blusa, ténis, enfim tudo.
Vomitou no carro, na cadeira dele, no fato do pai, enfim...
Chegou assustadissimo e dizia:
"Olha pra isso mãe, olha só pra isso mãe..."
Fui para o banheiro com ele no colo e comecei a tomar as providências necessárias, primeiro acalmá-lo, depois tirar as roupas, vesti-lo, dar colinho e água.
Esse quadro de vómitos repetiu-se mais três vezes, de 3 em três horas.
A nossa noite foi de vigia e de muita angústia, tentando que ele não percebesse a nossa preocupação.
Quando nasceu o dia, começamos a tomar as providências.
Ligamos para o "dói, dói, trim, trim", com o número 808 24 24 00 e fomos indicados dos procedimentos.
Pelo quadro descrito ele estava com Gastroenterite.
As indicações eram: Hidratação, suspensão da alimentação e vigilância em relação a febre.
No inicio da tarde falei com a médica que confirmou o diagnóstico.
Fui para net e achei esse texto, que de alguma forma apaziguou meu coração:

"Queridos mamã e papá

Escrevo esta carta porque não quero que estejam tão preocupados com a minha saúde.

É certo que desde ontem que estou doentinho, vomitei várias vezes, o meu cocó é líquido e frequente, tenho dores de barriga, sinto-me um pouco enjoado e, por isso, não me apetece comer.

Por não me verem com aquela energia a que estão habituados, por só me apetecer estar na caminha e porque, eu sei, gostam muito de mim, estão com medo que seja alguma coisa de grave, pelo que fui hoje com vocês ao Sr. Dr.

O Sr. Dr. disse que estou com uma gastroenterite, que é uma doença muito comum nas crianças pequeninas como eu e que, na maior parte das vezes, é provocada por um vírus. Como sabem, não há um tratamento específico. Por isso, não devo tomar antibióticos, nem tomar medicamentos para a diarreia e para os vómitos, porque é através destes sintomas que o meu corpinho se defende do micróbio que me fez ficar doente.

É natural que ainda me sinta doentinho por mais alguns dias, por vezes até uma semana, mas mesmo que coma pouquinho e perca algum peso, não se aflijam. O que é importante é que eu nesta primeira fase beba. E lembram-se o que o Sr. Dr. disse? Há uma aguinha muito boa (solução de rehidratação) que posso beber e que me compensa a água e os 'sais minerais' que eu perco ao vomitar e com a diarreia. Quando vomitar, basta que eu fique meia hora quietinho, sem beber nem comer, e depois beba esta solução aos pouquinhos, mais ou menos uma colher de chá de 5 em 5 minutos durante mais meia hora. Depois posso beber à vontade e começar a comer em pouca quantidade e várias vezes ao dia. Podem fazer-me uma papa de arroz, dar-me frutinha (pêra ou maçã cozidas ou cruas e banana) e pão ou bolachas de água e sal. A sopa deve incluir arroz, batata e/ou massa, cenoura e frango, coelho ou peru. Devo evitar as gorduras, pelo que a canja de galinha não será o mais indicado. Posso também continuar a mamar o teu leitinho, mamã, ou beber um leite adequado à minha idade.

Claro está que se eu continuar a vomitar ou com vários episódios de diarreia em muita quantidade e por muitos dias, com febre muito alta e cada vez mais doentinho, têm de me levar de novo ao Sr. Dr.

Enquanto eu estiver com estes sintomas não devo ir ao infantário e devem, papás, lavar muito bem as mãos depois de me mudar a fraldinha, porque posso contagiar as pessoas que estão à minha volta e eu não quero ver quem eu tanto gosto também doentinho.

Muito obrigado, papás, por tratarem tão bem de mim e não entrem em pânico porque ao ver-vos ansiosos também fico muito nervoso e mais doentinho ainda...

Uma criança"

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Legião - tudo de bom...

É difícil escrever sobre o Legião Urbana, marcou a minha geração, embalou as dores-de-cotovelo, as dúvidas sobre o futuro, enfim, ouvir Legião é voltar no tempo, reviver emoções e deixar a mente voar.
Sou fã incondicional, adoro até hoje, acho que sempre que ouvir vou voltar a resgatar sentimentos e emoções que ficaram pelo caminho.
Tantas mudanças aconteceram, dei a volta ao mundo, casei, tive filho e continuo com o coração saltitando quando ouço....por exemplo... Vento No Litoral

Legião Urbana - para os poucos que não sabem foi uma banda brasileira de rock, activa de 1982 a 1996. Ao todo, lançaram 13 álbuns, somando mais de 19 milhões de discos vendidos. Ainda hoje, é o terceiro maior grupo musical, da gravadora EMI-Odeon, em venda de discos por catálogo, no mundo: média de 200 mil cópias por mês. O fim do grupo foi marcado pelo falecimento de seu líder e vocalista, Renato Russo.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Hoje é dia de Lobão


Minha adolescência foi marcada por músicas. Dentre elas a música de Lobão era das melhores, tinha recortes de revistas, todos os discos vinil, consegui por duas vezes ver o show dos bastidores, ao lado do palco.
Falei com ele antes do show e depois.
Enfim, fui aquela tiete que estava acompanhando todos os passos do ídolo.
Para homenagear Lobão, tive até dificuldade em escolher uma canção, pois ainda gosto de muitas, que lembram uma época, que agora só está na minha memória.

"Discografia Comentada" pelo prório Lobão

Iniciei a minha carreira fonográfica ainda nos anos 70, com 17 anos, com um grupo de roque progressivo chamado Vímana. Fomos convidados para fazer um teste no que seria o primeiro estúdio de 24 canais no Brasil. A fita chegou a ser realizada com um material que daria um LP, e, posteriormente chegram a ser fabricadas algumas cópias de um compacto simples com uma música em parceria com o Lulu e o Ritchie, chamada "Zebra". Garanto a vocês que era patético... mas foi muito engraçado. Após um longo período tentando fazer outras coisas (cheguei a formar um grupo com o Arnaldo Batista e o Arnaldo Brandão, que não saiu do estágio dos ensaios) lá pelos idos de 81...

Cansado de tentar fazer a Blitz decolar, gravo acidentalmente o meu primeiro disco: "Cena de Cinema". O disco fica um ano parado e em 82, depois de gravar ainda como baterista da Blitz, o seu primeiro disco, saio definitivamente do grupo e lanço em novembro daquele ano o tal do "Cena de Cinema".

Briga com a gravadora - Lobão na geladeira por mais um ano. Volto a gravar em estúdio e volto a me encontrar com o Ritchie prá tocar bateria no seu disco de estréia "Menina Veneno"... é, sou eu mesmo que tô lá!

1984, começa mais favorável: toda a então RCA Victor é demitida! Que alegria poder testemunhar aqueles palermas arrumando seus badulaques naqueles escritórios que serviam lhes davam alguma autoridade. Presenciei alegre a faxina dos meus algozes e começo um novo projeto, Uma banda! Afinal de contas sou um baterista, não consigo me adptar à idéia de ser um artista solo. Formo então Os Ronaldos. Naquela época, tocava com a legendária Gang 90 e era delicioso fazer tantos shows sem nunca ter ensaiado porra nenhuma!

Os Ronaldos entram em estúdio para gravar o "Ronaldo foi pra Guerra"... apesar de ter naquele disco a cancão "Me Chama", que foi a música mais executada da década, a gravadora declara que só conseguiu vender 35.000 cópias. Tá bom.... Em 1985 cometo a imprudência de participar num filme como ator, "Areias escaldantes". Como passava o tempo todo consumindo muita cocaína, quase não falava no filme, eh,eh,eh! Fiz a trilha incidental junto com o Paulo Miklos, e logo em seguida faço a minha primeira parceria com o Cazuza com "Mal Nenhum". Foi uma época de muita droga, heroína, ópio, enfim...acabei expulso por mal comportamento dos Ronaldos (eles atribuíram essa atitude ao fato de que tinham um nome a zelar). Com isso, o que deveria ser um novo LP acabou encolhendo para um compacto: "Decadence Avec Elegance" e "Mal Nenum". (O Cazuza acabaria sendo expulso do Barão Vermelho também pelo mesmo motivo, eh, eh) 1986 sombrio, plano cruzado e muita euforia. "O Rock Errou" - Revanche e Elza Soares cantando um sambão no disco "A Voz da Razão". Como não podia deixar de ser... arrasou, Elzinha!

Inicia-se aqui o ciclo das prisões.

1987, "Vida Bandida" balbúrdia, perseguição política, escândalo! Foi o pior ano da minha vida. Senti o peso da arbitrariedade, do abuso de poder e da morbidez da cuirosidade zoológica que a prisão crivara sobre minhas atitudes. Era amado pelo que nunca tinha sido e odiado por não consentirem me conhecer. Enfim, a pior forma de solidão. Um estrelato formado por uma caricatura.

1988 acena um período de grande criatividade e recolhimento de alguns bônus dessa trajetória tão conturbada. Sou admitido como percusionista da bateria da Estação Primeira de Mangueria após um árduo teste. Conheço o Ivo Meireles e o Alcir Explosão e inicia-se as gravações do experimental "Cuidado!" Foi um disco bastante criticado, apesar de achá-lo seminal e fundamental para o que viria depois...

1989, é a vez do disco "fugitivo": "Sob o Sol de Parador" Sim! eu tive que fugir do Brasil para não me trancarem outra vez. Um tremendo mico. Uma flagrante e inócua persegução política. Deveria ser insuportável testemunhar uma pessoa como eu não se arrepender publicamente de atos que, para algumas tantas pessoas eram considerados no mínimo subversivos. O disco foi gravado em Los Angeles e tem uma sonoridade tão ruim quanto o "Vida Bandiada". É farofa californiana, apesar do repertório ser bem legal. (O produtor não queria gravar "Azul e Amarelo", minha última parceria com Cazuza, porque "soava meio brasileira demais", eh,eh).

1990, nova década, uma retrospectiva: "Vivo!" na Apoteose com a Mangueira e em SAMPA, no Morumbi! Foi do caralho! Muito divertido.

1991 começa meio ao avesso com a execrável e antológica "desapresentação" no Maracanã, com o mesmo show do ano anterior, uma vaia histórica. Foi um dos momentos que mais senti vergonha de ser brasileiro.

No clima, vou gravar "O Inferno é fogo". Isso era uma afirmacão categórica de quem estava experimentando o verdadeiro sabor do inferno. Foi um ano que recebi até atestado de óbito por parte da imprensa, eh, eh, eh.... Mas o disco, apesar de sua sonoridade estragada por uma masterizacão desastrada, tem músicas muito intensas como "Bangu 1 x Polícia 0", "Matou a Família e foi ao Cinema", etc, etc...

Após um período de 4 anos enfurnado num quartinho estudando violão clássico (Villa-Lobos, Garoto, violão espanhol, barroco, e o escambau à quatro), lanço o meu querido e esquizofrênico "Nostalgia da Modernidade". É o meu primeiro disco já adulto. É um período de grandes experimentacões. Na verdade, eu o considero o meu primeiro disco de verdade, e por assim sê-lo, escolhi fazer uma trilogia para chegar a algum lugar inexplorado, para falar uma língua que nem balbuciava ainda... mas intuía ser esse o caminho.. "A Queda", "Flor do Vazio", "Dé dé dé dé déu", "Sem sono", faziam um insólito mosaico, que na época foi diagnosticado precocemente como um Lobão careta (!). Sim! Rapaziada... eram os idiotas da objetividade em sua ação mais obtusa pagando aquele mico para a história (como voces mesmos estão vendo...a história acaba revelando suas verdades).

1996, sou ejetado da Virgin por acharem o meu estilo inviável.

1997, concluo o que será o "Noite" e inicio uma maratona de porta em porta pelas gravadoras. Acabo entrando pela porta dos fundos da Universal. Me colocam numa geladeirinha de leve (só 6 meses) e acabam por lançar o eletrônico e soturno "Noite". Lá vêm os idiotas da objetividade diagnosticarem um "baticum eletrônico" do Lobão. Lobão é tecno! Na verdade, o "Noite" transforma-se num trabalho ainda mais poderoso do que o próprio "Nostalgia da Modernidade". Acabou virando cult como o "Cena de Cinema".

Final de 1998, a Universal rescinde unilateralmente o contrato pelos mesmos motivos: produto inviável (ou será artista insuportável?).

Bem... com essa trajetória, não seria de se espantar que um cara como eu viesse a cometer o que cometi, né? Depois de tentar gravar o que será o CD "A Vida é Doce" (imaginem a minha euforia! o desfecho da trilogia!) através de selos dependentes e não conseguir nada além de palpites como: "voce deveria gravar um acústico, sei lá coloca um Renato Russo que a galera engole, desencava uma do Cazuza, regrava "Me Chama".... e por aí vai... eu percebi que não tinha mais saída. Tinha que inventar algo mais "criativo" do que um mero contrato com uma gravadora. Uma revista! Que tal brincar de Roberto Marinho? Legal...a gente faz o CD, numerado (porque CD é produto industrial e tem que ser numerado!) produz um puta trabalho bem feito na edição gráfica, faz um CD rom com a revista dentro e outros "breguetes" mais. Vai prá internet, cria-se um site, um site de vendas, distribuição em 20.000 pontos de bancas de jornal em todo o país, mega stores, livrarias. Pronto!

Aqui temos a revista "Lobão Manifesto" com o terceiro CD completando a trilogia "A Vida é Doce"! Numerado, inédito, independente (sai pelo meu selo Universo Paralelo, eh, eh) e por apenas R$ 14,90! Quase a metade do preço de lançamento de um CD "ortodoxo"! Puxa gente... que legal! Tô feliz pacas, sabem? Pois é... sendo assim, prestem atencão para a contagem regressiva: dia 25 de novembro - lançamento nacional do projeto "Lobão Manifesto - A Vida é Doce"!

Uma revista? um CD? um CD-Rom? Não, é tudo isso junto!

Fiquem com "Revanche"

terça-feira, 13 de maio de 2008

Uma homenagem - Marina Lima



Desde muito cedo tive identificação imediata com alguns cantores, entre eles destacam-se Lobão, Marina Lima, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, alguns mais antigos: A Cor do Som, Sá e Guarabyra, entre outros...

Vou aproveitar hoje para lembrar Marina, vejam:

Biografia de Marina Lima
Morou nos Estados Unidos durante a infância e o início da adolescência. Neste período ganhara um violão do pai, como um pretexto para sentir menos falta do país natal. Iniciou a carreira em 1977, quando teve uma canção gravada por Gal Costa, Meu Doce Amor. Decidiu musicar um dos poemas do irmão mais velho, Antônio Cícero e obteve reconhecimento. Estabelecida essa conexão “emocional”, Marina e Cícero esqueceram antigas divergências ocasionadas pela idade e, a partir de então, trilhariam uma parceria de sucesso. De volta ao Rio de Janeiro, assina contrato, e lança o primeiro LP, Simples Como Fogo em 1979. No começo dos anos 90, assina como Marina Lima, e não apenas Marina.

O principal letrista parceiro de Marina é o irmão Antônio Cícero, também musicado por outros grandes nomes da MPB. Durante um bom tempo Cícero esteve quase que onipresente nas composições. Buscando novos ares, parcerias com Alvin L. e William Magalhães tornam-se mais presentes na carreira de Marina a partir da década de 90.

Ouçam "O Chamado" de Marina Lima


sexta-feira, 9 de maio de 2008

Fim de Semana



UM FIM DE SEMANA REALMENTE NÃO É O FIM, MAS O COMEÇO.
TUDO COMEÇA NO FIM DE SEMANA, INCLUSIVE A PRÓPRIA SEMANA.
TEMPO DE DESCANSAR, DE CORRER, DE ESTICAR, DE VERIFICAR, ARRUMAR E DESARRUMAR.
O FIM DE SEMANA É SEMPRE RECHEADO PELA MUDANÇA. A QUEBRA DA ROTINA FAZ DO FIM DE SEMANA O COMEÇO DE UMA ÓTIMA SEMANA.

APROVEITE O FIM DE SEMANA!

COMO BEM DIZ O REI ROBERTO CARLOS, NA LETRA:

Fim De Semana (Roberto Carlos)

" Uma vem correndo, me beija sorrindo
A outra diz: Papai já vem vindo
Vai ser lindo esse fim de semana
Ele então me abraça e é tão carinhoso
E me diz que estava ansioso
Por chegar esse fim de semana

Todos juntos fazem tremenda algazarra
Me divirto com toda essa farra
Nesse dia tão lindo de sol

Até o cachorro que é tão bonitinho
Corre, pula, abana o rabinho
E põe as patas na minha camisa, branquinha

Tudo é festa, eu não me importo com nada
Rindo à toa com a criançada
Afinal é meu fim de semana

Ligo o carro e todos falando na estrada
Ao mesmo tempo que coisa engraçada
É o som do meu fim de semana

Balas, mãos meladas, chicletes no assento
E lá se vão as pipocas ao vento
Festejando o meu fim de semana

Hora do almoço, ninguém come nada
E ainda dizem: comemos na estrada
E afinal foi você quem nos deu

Tudo então se faz numa só gargalhada
E os autores da grande piada
Seguem rindo até o final do dia

Vem a noite e chega com ela o cansaço
Todos dormem sonhando em meus braços
E então eu me ponho a pensar

Agradeço a Deus esse dia tão lindo
Vejo a paz das crianças dormindo
E espero outro fim de semana"

segunda-feira, 14 de abril de 2008

U2- 3D






No domingo a noite fomos ver o espetacular U2 3D:
o concerto foi filmado utilizando tecnologia 3D durante a passagem dos U2 pela América do Sul durante a Vertigo Tour. Foi produzido pela 3ality Digital e dirigido por Catherine Owens e Mark Pellington, o mesmo que dirigiu o vídeo de 'One', a National Geographic Cinema Ventures adquiriu os direitos de distribuição do concerto/documentário U2 3D.

Na chegada recebemos os óculos que permitem ver tudo, é uma realidade aquelas imagens, quase que podia tocar no Bono, todos os planos em foco, fiquei extasiada, com as multicâmaras em tempo real, aliada às imagens em 3D a som Surround 5.1, criando experiências multi-sensoriais excepcionais.

Quando começa, percebo que o Bono fala em espanhol e então dei por conta que em 2001 assisti o U2 no mesmo estádio, em Buenos Aires, onde anos depois, foi gravado o 3D.

Entramos para ver Bono e os seus actuar ao vivo, num concerto que, para os mais distraídos, pode parecer único mas que, surge neste formato depois de terem sido filmados espectáculos que passaram por sete cidades.

A banda aceitou o desafio dos irmãos Modell, família de pioneiros da tecnologia 3D digital no desporto, donos do estúdio 3ality e fãs assumidos da banda irlandesa, impondo apenas uma condição: os concertos filmados teriam de ser na América do Sul, o local onde Bono acreditava ter à sua espera o público mais caloroso.

Assim foi. Câmaras analógicas no lixo e 18 câmaras digitais espalhadas em cima, dentro, à volta e atrás do megalómano palco, som surround 5.1 e um mês para filmar tudo o necessário. À recebê-los tinham estádios a rebentar pelas costuras em metrópoles como a Cidade do México, São Paulo, Santiago do Chile e Buenos Aires. A comandar as operações, uma realizadora que sempre acompanhou os telediscos dos U2, Catherine Owens e Mark Pellington, senhor que, por exemplo, dirigiu o documentário sobre os Pearl Jam, Single Vídeo Theory.

A técnica foi peculiar. Num dos concertos filmavam-se apenas planos abertos, outro era dedicado aos close-ups. A certa altura, percebeu-se que havia a necessidade de mostrar a relação entre os membros da banda e invadir o seu próprio espaço para conseguir o efeito. O palco passou a ser cenário para os profissionais da câmara.

Técnica à parte, a set list inclui alguns dos mais emblemáticos temas dos U2, como Sunday Bloody Sunday, um Where the streets have no name que incita a saltar da cadeira de cinema e um Miss Sarajevo sem Pavarotti mas com o público a invadir o ecrã em total estado de hipnose.

Nunca pensei que depois de tanto tempo assistiria aqui em Portugal, ao lado do meu Jorge, revivi alguns momentos e me emocionei muito.

Vale mesmo a pena conferir...