segunda-feira, 19 de maio de 2008

Gastroenterite


O Pedrinho nesta sexta feira passada chegou em casa no colo do pai, estava completamente vomitado, as calças, a blusa, ténis, enfim tudo.
Vomitou no carro, na cadeira dele, no fato do pai, enfim...
Chegou assustadissimo e dizia:
"Olha pra isso mãe, olha só pra isso mãe..."
Fui para o banheiro com ele no colo e comecei a tomar as providências necessárias, primeiro acalmá-lo, depois tirar as roupas, vesti-lo, dar colinho e água.
Esse quadro de vómitos repetiu-se mais três vezes, de 3 em três horas.
A nossa noite foi de vigia e de muita angústia, tentando que ele não percebesse a nossa preocupação.
Quando nasceu o dia, começamos a tomar as providências.
Ligamos para o "dói, dói, trim, trim", com o número 808 24 24 00 e fomos indicados dos procedimentos.
Pelo quadro descrito ele estava com Gastroenterite.
As indicações eram: Hidratação, suspensão da alimentação e vigilância em relação a febre.
No inicio da tarde falei com a médica que confirmou o diagnóstico.
Fui para net e achei esse texto, que de alguma forma apaziguou meu coração:

"Queridos mamã e papá

Escrevo esta carta porque não quero que estejam tão preocupados com a minha saúde.

É certo que desde ontem que estou doentinho, vomitei várias vezes, o meu cocó é líquido e frequente, tenho dores de barriga, sinto-me um pouco enjoado e, por isso, não me apetece comer.

Por não me verem com aquela energia a que estão habituados, por só me apetecer estar na caminha e porque, eu sei, gostam muito de mim, estão com medo que seja alguma coisa de grave, pelo que fui hoje com vocês ao Sr. Dr.

O Sr. Dr. disse que estou com uma gastroenterite, que é uma doença muito comum nas crianças pequeninas como eu e que, na maior parte das vezes, é provocada por um vírus. Como sabem, não há um tratamento específico. Por isso, não devo tomar antibióticos, nem tomar medicamentos para a diarreia e para os vómitos, porque é através destes sintomas que o meu corpinho se defende do micróbio que me fez ficar doente.

É natural que ainda me sinta doentinho por mais alguns dias, por vezes até uma semana, mas mesmo que coma pouquinho e perca algum peso, não se aflijam. O que é importante é que eu nesta primeira fase beba. E lembram-se o que o Sr. Dr. disse? Há uma aguinha muito boa (solução de rehidratação) que posso beber e que me compensa a água e os 'sais minerais' que eu perco ao vomitar e com a diarreia. Quando vomitar, basta que eu fique meia hora quietinho, sem beber nem comer, e depois beba esta solução aos pouquinhos, mais ou menos uma colher de chá de 5 em 5 minutos durante mais meia hora. Depois posso beber à vontade e começar a comer em pouca quantidade e várias vezes ao dia. Podem fazer-me uma papa de arroz, dar-me frutinha (pêra ou maçã cozidas ou cruas e banana) e pão ou bolachas de água e sal. A sopa deve incluir arroz, batata e/ou massa, cenoura e frango, coelho ou peru. Devo evitar as gorduras, pelo que a canja de galinha não será o mais indicado. Posso também continuar a mamar o teu leitinho, mamã, ou beber um leite adequado à minha idade.

Claro está que se eu continuar a vomitar ou com vários episódios de diarreia em muita quantidade e por muitos dias, com febre muito alta e cada vez mais doentinho, têm de me levar de novo ao Sr. Dr.

Enquanto eu estiver com estes sintomas não devo ir ao infantário e devem, papás, lavar muito bem as mãos depois de me mudar a fraldinha, porque posso contagiar as pessoas que estão à minha volta e eu não quero ver quem eu tanto gosto também doentinho.

Muito obrigado, papás, por tratarem tão bem de mim e não entrem em pânico porque ao ver-vos ansiosos também fico muito nervoso e mais doentinho ainda...

Uma criança"

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Legião - tudo de bom...

É difícil escrever sobre o Legião Urbana, marcou a minha geração, embalou as dores-de-cotovelo, as dúvidas sobre o futuro, enfim, ouvir Legião é voltar no tempo, reviver emoções e deixar a mente voar.
Sou fã incondicional, adoro até hoje, acho que sempre que ouvir vou voltar a resgatar sentimentos e emoções que ficaram pelo caminho.
Tantas mudanças aconteceram, dei a volta ao mundo, casei, tive filho e continuo com o coração saltitando quando ouço....por exemplo... Vento No Litoral

Legião Urbana - para os poucos que não sabem foi uma banda brasileira de rock, activa de 1982 a 1996. Ao todo, lançaram 13 álbuns, somando mais de 19 milhões de discos vendidos. Ainda hoje, é o terceiro maior grupo musical, da gravadora EMI-Odeon, em venda de discos por catálogo, no mundo: média de 200 mil cópias por mês. O fim do grupo foi marcado pelo falecimento de seu líder e vocalista, Renato Russo.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Hoje é dia de Lobão


Minha adolescência foi marcada por músicas. Dentre elas a música de Lobão era das melhores, tinha recortes de revistas, todos os discos vinil, consegui por duas vezes ver o show dos bastidores, ao lado do palco.
Falei com ele antes do show e depois.
Enfim, fui aquela tiete que estava acompanhando todos os passos do ídolo.
Para homenagear Lobão, tive até dificuldade em escolher uma canção, pois ainda gosto de muitas, que lembram uma época, que agora só está na minha memória.

"Discografia Comentada" pelo prório Lobão

Iniciei a minha carreira fonográfica ainda nos anos 70, com 17 anos, com um grupo de roque progressivo chamado Vímana. Fomos convidados para fazer um teste no que seria o primeiro estúdio de 24 canais no Brasil. A fita chegou a ser realizada com um material que daria um LP, e, posteriormente chegram a ser fabricadas algumas cópias de um compacto simples com uma música em parceria com o Lulu e o Ritchie, chamada "Zebra". Garanto a vocês que era patético... mas foi muito engraçado. Após um longo período tentando fazer outras coisas (cheguei a formar um grupo com o Arnaldo Batista e o Arnaldo Brandão, que não saiu do estágio dos ensaios) lá pelos idos de 81...

Cansado de tentar fazer a Blitz decolar, gravo acidentalmente o meu primeiro disco: "Cena de Cinema". O disco fica um ano parado e em 82, depois de gravar ainda como baterista da Blitz, o seu primeiro disco, saio definitivamente do grupo e lanço em novembro daquele ano o tal do "Cena de Cinema".

Briga com a gravadora - Lobão na geladeira por mais um ano. Volto a gravar em estúdio e volto a me encontrar com o Ritchie prá tocar bateria no seu disco de estréia "Menina Veneno"... é, sou eu mesmo que tô lá!

1984, começa mais favorável: toda a então RCA Victor é demitida! Que alegria poder testemunhar aqueles palermas arrumando seus badulaques naqueles escritórios que serviam lhes davam alguma autoridade. Presenciei alegre a faxina dos meus algozes e começo um novo projeto, Uma banda! Afinal de contas sou um baterista, não consigo me adptar à idéia de ser um artista solo. Formo então Os Ronaldos. Naquela época, tocava com a legendária Gang 90 e era delicioso fazer tantos shows sem nunca ter ensaiado porra nenhuma!

Os Ronaldos entram em estúdio para gravar o "Ronaldo foi pra Guerra"... apesar de ter naquele disco a cancão "Me Chama", que foi a música mais executada da década, a gravadora declara que só conseguiu vender 35.000 cópias. Tá bom.... Em 1985 cometo a imprudência de participar num filme como ator, "Areias escaldantes". Como passava o tempo todo consumindo muita cocaína, quase não falava no filme, eh,eh,eh! Fiz a trilha incidental junto com o Paulo Miklos, e logo em seguida faço a minha primeira parceria com o Cazuza com "Mal Nenhum". Foi uma época de muita droga, heroína, ópio, enfim...acabei expulso por mal comportamento dos Ronaldos (eles atribuíram essa atitude ao fato de que tinham um nome a zelar). Com isso, o que deveria ser um novo LP acabou encolhendo para um compacto: "Decadence Avec Elegance" e "Mal Nenum". (O Cazuza acabaria sendo expulso do Barão Vermelho também pelo mesmo motivo, eh, eh) 1986 sombrio, plano cruzado e muita euforia. "O Rock Errou" - Revanche e Elza Soares cantando um sambão no disco "A Voz da Razão". Como não podia deixar de ser... arrasou, Elzinha!

Inicia-se aqui o ciclo das prisões.

1987, "Vida Bandida" balbúrdia, perseguição política, escândalo! Foi o pior ano da minha vida. Senti o peso da arbitrariedade, do abuso de poder e da morbidez da cuirosidade zoológica que a prisão crivara sobre minhas atitudes. Era amado pelo que nunca tinha sido e odiado por não consentirem me conhecer. Enfim, a pior forma de solidão. Um estrelato formado por uma caricatura.

1988 acena um período de grande criatividade e recolhimento de alguns bônus dessa trajetória tão conturbada. Sou admitido como percusionista da bateria da Estação Primeira de Mangueria após um árduo teste. Conheço o Ivo Meireles e o Alcir Explosão e inicia-se as gravações do experimental "Cuidado!" Foi um disco bastante criticado, apesar de achá-lo seminal e fundamental para o que viria depois...

1989, é a vez do disco "fugitivo": "Sob o Sol de Parador" Sim! eu tive que fugir do Brasil para não me trancarem outra vez. Um tremendo mico. Uma flagrante e inócua persegução política. Deveria ser insuportável testemunhar uma pessoa como eu não se arrepender publicamente de atos que, para algumas tantas pessoas eram considerados no mínimo subversivos. O disco foi gravado em Los Angeles e tem uma sonoridade tão ruim quanto o "Vida Bandiada". É farofa californiana, apesar do repertório ser bem legal. (O produtor não queria gravar "Azul e Amarelo", minha última parceria com Cazuza, porque "soava meio brasileira demais", eh,eh).

1990, nova década, uma retrospectiva: "Vivo!" na Apoteose com a Mangueira e em SAMPA, no Morumbi! Foi do caralho! Muito divertido.

1991 começa meio ao avesso com a execrável e antológica "desapresentação" no Maracanã, com o mesmo show do ano anterior, uma vaia histórica. Foi um dos momentos que mais senti vergonha de ser brasileiro.

No clima, vou gravar "O Inferno é fogo". Isso era uma afirmacão categórica de quem estava experimentando o verdadeiro sabor do inferno. Foi um ano que recebi até atestado de óbito por parte da imprensa, eh, eh, eh.... Mas o disco, apesar de sua sonoridade estragada por uma masterizacão desastrada, tem músicas muito intensas como "Bangu 1 x Polícia 0", "Matou a Família e foi ao Cinema", etc, etc...

Após um período de 4 anos enfurnado num quartinho estudando violão clássico (Villa-Lobos, Garoto, violão espanhol, barroco, e o escambau à quatro), lanço o meu querido e esquizofrênico "Nostalgia da Modernidade". É o meu primeiro disco já adulto. É um período de grandes experimentacões. Na verdade, eu o considero o meu primeiro disco de verdade, e por assim sê-lo, escolhi fazer uma trilogia para chegar a algum lugar inexplorado, para falar uma língua que nem balbuciava ainda... mas intuía ser esse o caminho.. "A Queda", "Flor do Vazio", "Dé dé dé dé déu", "Sem sono", faziam um insólito mosaico, que na época foi diagnosticado precocemente como um Lobão careta (!). Sim! Rapaziada... eram os idiotas da objetividade em sua ação mais obtusa pagando aquele mico para a história (como voces mesmos estão vendo...a história acaba revelando suas verdades).

1996, sou ejetado da Virgin por acharem o meu estilo inviável.

1997, concluo o que será o "Noite" e inicio uma maratona de porta em porta pelas gravadoras. Acabo entrando pela porta dos fundos da Universal. Me colocam numa geladeirinha de leve (só 6 meses) e acabam por lançar o eletrônico e soturno "Noite". Lá vêm os idiotas da objetividade diagnosticarem um "baticum eletrônico" do Lobão. Lobão é tecno! Na verdade, o "Noite" transforma-se num trabalho ainda mais poderoso do que o próprio "Nostalgia da Modernidade". Acabou virando cult como o "Cena de Cinema".

Final de 1998, a Universal rescinde unilateralmente o contrato pelos mesmos motivos: produto inviável (ou será artista insuportável?).

Bem... com essa trajetória, não seria de se espantar que um cara como eu viesse a cometer o que cometi, né? Depois de tentar gravar o que será o CD "A Vida é Doce" (imaginem a minha euforia! o desfecho da trilogia!) através de selos dependentes e não conseguir nada além de palpites como: "voce deveria gravar um acústico, sei lá coloca um Renato Russo que a galera engole, desencava uma do Cazuza, regrava "Me Chama".... e por aí vai... eu percebi que não tinha mais saída. Tinha que inventar algo mais "criativo" do que um mero contrato com uma gravadora. Uma revista! Que tal brincar de Roberto Marinho? Legal...a gente faz o CD, numerado (porque CD é produto industrial e tem que ser numerado!) produz um puta trabalho bem feito na edição gráfica, faz um CD rom com a revista dentro e outros "breguetes" mais. Vai prá internet, cria-se um site, um site de vendas, distribuição em 20.000 pontos de bancas de jornal em todo o país, mega stores, livrarias. Pronto!

Aqui temos a revista "Lobão Manifesto" com o terceiro CD completando a trilogia "A Vida é Doce"! Numerado, inédito, independente (sai pelo meu selo Universo Paralelo, eh, eh) e por apenas R$ 14,90! Quase a metade do preço de lançamento de um CD "ortodoxo"! Puxa gente... que legal! Tô feliz pacas, sabem? Pois é... sendo assim, prestem atencão para a contagem regressiva: dia 25 de novembro - lançamento nacional do projeto "Lobão Manifesto - A Vida é Doce"!

Uma revista? um CD? um CD-Rom? Não, é tudo isso junto!

Fiquem com "Revanche"

terça-feira, 13 de maio de 2008

Uma homenagem - Marina Lima



Desde muito cedo tive identificação imediata com alguns cantores, entre eles destacam-se Lobão, Marina Lima, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, alguns mais antigos: A Cor do Som, Sá e Guarabyra, entre outros...

Vou aproveitar hoje para lembrar Marina, vejam:

Biografia de Marina Lima
Morou nos Estados Unidos durante a infância e o início da adolescência. Neste período ganhara um violão do pai, como um pretexto para sentir menos falta do país natal. Iniciou a carreira em 1977, quando teve uma canção gravada por Gal Costa, Meu Doce Amor. Decidiu musicar um dos poemas do irmão mais velho, Antônio Cícero e obteve reconhecimento. Estabelecida essa conexão “emocional”, Marina e Cícero esqueceram antigas divergências ocasionadas pela idade e, a partir de então, trilhariam uma parceria de sucesso. De volta ao Rio de Janeiro, assina contrato, e lança o primeiro LP, Simples Como Fogo em 1979. No começo dos anos 90, assina como Marina Lima, e não apenas Marina.

O principal letrista parceiro de Marina é o irmão Antônio Cícero, também musicado por outros grandes nomes da MPB. Durante um bom tempo Cícero esteve quase que onipresente nas composições. Buscando novos ares, parcerias com Alvin L. e William Magalhães tornam-se mais presentes na carreira de Marina a partir da década de 90.

Ouçam "O Chamado" de Marina Lima


sexta-feira, 9 de maio de 2008

Fim de Semana



UM FIM DE SEMANA REALMENTE NÃO É O FIM, MAS O COMEÇO.
TUDO COMEÇA NO FIM DE SEMANA, INCLUSIVE A PRÓPRIA SEMANA.
TEMPO DE DESCANSAR, DE CORRER, DE ESTICAR, DE VERIFICAR, ARRUMAR E DESARRUMAR.
O FIM DE SEMANA É SEMPRE RECHEADO PELA MUDANÇA. A QUEBRA DA ROTINA FAZ DO FIM DE SEMANA O COMEÇO DE UMA ÓTIMA SEMANA.

APROVEITE O FIM DE SEMANA!

COMO BEM DIZ O REI ROBERTO CARLOS, NA LETRA:

Fim De Semana (Roberto Carlos)

" Uma vem correndo, me beija sorrindo
A outra diz: Papai já vem vindo
Vai ser lindo esse fim de semana
Ele então me abraça e é tão carinhoso
E me diz que estava ansioso
Por chegar esse fim de semana

Todos juntos fazem tremenda algazarra
Me divirto com toda essa farra
Nesse dia tão lindo de sol

Até o cachorro que é tão bonitinho
Corre, pula, abana o rabinho
E põe as patas na minha camisa, branquinha

Tudo é festa, eu não me importo com nada
Rindo à toa com a criançada
Afinal é meu fim de semana

Ligo o carro e todos falando na estrada
Ao mesmo tempo que coisa engraçada
É o som do meu fim de semana

Balas, mãos meladas, chicletes no assento
E lá se vão as pipocas ao vento
Festejando o meu fim de semana

Hora do almoço, ninguém come nada
E ainda dizem: comemos na estrada
E afinal foi você quem nos deu

Tudo então se faz numa só gargalhada
E os autores da grande piada
Seguem rindo até o final do dia

Vem a noite e chega com ela o cansaço
Todos dormem sonhando em meus braços
E então eu me ponho a pensar

Agradeço a Deus esse dia tão lindo
Vejo a paz das crianças dormindo
E espero outro fim de semana"