terça-feira, 25 de setembro de 2007

Escolho meus amigos...



... não pela pele ou outra característica qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto...

.. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que 'normalidade' é uma ilusão imbecil e estéril". (Oscar Wilde)

Paredes de Coura


Fomos no final de semana para a Casa das Cerejas, um lugar incrivel, onde foi possivel mostrar ao meu filho de 2 anos, muitos animais, ouvir o silêncio absoluto, cheirar a Aldeia, o lugar chama-se "Corno do Bico"
Valeu a pena, voltar no tempo, parecia aqueles velhos tempos da fazenda dos meus avós, tive uma infância muito feliz, a casa da fazenda tinha um pátio interno, como existe na Casa das Cerejas, muitos animais a volta da casa, muita vida, uma horta lotada de legumes e vegetais, o pomar era riquissimo, tínhamos peras, pessegos, uvas, limões, figos, laranjas, bergamotas, morangos, enfim...
Foi ótimo perceber a cara de felicidade do Pedro, aproveitamos todos os segundos, nada como visualizar a autencidade da criança, o entusiasmo da descoberta.
Com o passar do tempo, vamos nos entorpecendo, achando tudo muito igual, nada nos comove, nos motiva. O convívio diário com uma criança nos permite o resgate, de um tempo e entusiasmo que os anos insistem em nos roubar.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Em terras lusas

Estou cá fazem 5 anos, que convio com uma nova família, que me adoptou incondicionalmente.
Mas não é por isso que escrevo, preciso desabafar os acontecimentos destes ultimos dias.
Trabalhar em publicidade no Porto não é fácil, a melhores e maiores empresas estão em Lisboa, aqui temos poucas opções, embora o mercado (europeu) seja grande, as empresas em generalidade não são competitivas e acabam por não ter preço para se colocar bem no mercado.
Os trabalhadores sofrem com os baixos salários (os que ainda tem a sorte de ter um emprego).
Resumindo, se pensasse em $ não tinha vindo, no Brasil as minhas condições profissionais eram infinitamente melhores, mas como vim no impulso da paixão, com o objectivo de formar uma família, acabei por não medir as consequencias profissionais desta minha decisão.
Meu marido trabalha e tem um bom salário, só por isso não passo dificuldades, e nem me queixo, estou aqui por opção, eu quis assim.